OS IMIGRANTES
A forte presença de imigrantes, em especial italianos, caracterizou o bairro nessa época. Os que chegavam da Europa e de outros lugares ao porto de Santos eram levados de trem até São Paulo e de lá encaminhados para a lavoura de café no interior do Estado. Outros ficavam na cidade atraídos pela indústria e comércio. Para receber e dar abrigo provisório aos imigrantes, começou a funcionar, em 1882, no Bom Retiro, uma hospedaria. Como o local mostrou-se inadequado, foi construída a Hospedaria de Imigrantes, localizada no Brás, para substituir a antiga edificação. Construída ao lado dos trilhos do trem, a Hospedaria de Imigrantes recebeu seus primeiros "hóspedes" em 1887.
O Brás cresceu com a chegada dos imigrantes. Novas ruas e alamedas foram abertas.
Em 1903, uma nova e maior igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos foi inaugurada.
A antiga, construída por José Brás e reformada em 1803 por José Corrêa de Morais, seria demolida no ano seguinte. Entretanto, o bairro era humilde, muitas ruas ainda eram intransitáveis e, durante a época das chuvas, as águas do rio Tamanduateí tomavam as ruas do Brás. No século 20, o Brás mudou de feição. A partir da década de 40, o bairro passou a receber os milhares de migrantes nordestinos que chegavam à cidade todos os dias a procura de uma vida melhor. O reduto de italianos conheceu o crescimento desordenado e a decadência. Na década de 70, com a construção das estações Brás, Pedro 2º e Bresser do Metrô, centenas de casas foram desapropriadas e milhares de pessoas perderam suas casas. Hoje, as ruas do bairros são sinônimo de comércio popular.
Como outros bairros paulistanos com fortes traços de imigração italiana, o Brás também criou sua festa tradicional. É a festa de São Vito, comemorada nas ruas do bairro desde 1919. Em 1895, um grupo de imigrantes italianos trouxe a imagem de São Vito Mártir para o Brasil. O santo começou a ser reverenciado no bairro e, em 1940, foi criada a paróquia de São Vito.
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